Das coisas que me arrependo de ter feito como mãe sem dúvida gritar e bater no meu filho está no topo da lista. Um tapinha aqui, uma chinelada ali e quando percebi estava num ciclo vicioso e já não sabia mais resolver nada de outra forma. Na minha ignorância, esse tipo de punição era eficiente, mas logo percebi que o sentimento do Enzo por mim era de medo e não de respeito. Entendi que a longo prazo gritar e bater traz apenas afastamentos e traumas.
De acordo com a psicoterapeuta Izabelle Filliozat, autora do livro "Já tentei de tudo" (que eu já falei aqui) "se as punições educassem, há séculos a espécie humana não cometeria crimes". E de fato, bater e gritar com a criança só vai causar vergonha e bloquear o processo saudável do sentimento de culpa que a faria refletir sobre o que fez e mudar de atitude.
O Enzo não tem o costume de bater em outras crianças mas em compensação grita muito. Grita comigo, com os avós, com o cachorro..periquito..papagaio. Grita quando quer alguma coisa e principalmente quando não. E de uns tempos para cá estou refletindo sobre a minha responsabilidade nos comportamentos adversos dele. E sim, eu tenho muitaaaa responsabilidade!
Claro, não posso desconsiderar a carga genética que ele carrega, muito menos a personalidade e o gênio forte que tem, no entanto, eu o ensinei gritar de uma forma bem simples: gritando com ele. As mães, pais, avós e outras pessoas que convivem com a criança são espelhos que refletem a vida e a alma dos pequenos, somos o exemplo. Logo, como ensinar que bater é errado, batendo? Como obrigar a criança a falar baixo gritando o tempo todo com ela? Não faz sentido.
Nós adultos odiamos quando gritam com a gente e não saímos por ai dando "palmadas" em pessoas que não nos agrada. Por que fazer isso com uma criança? Mesmo que seja uma chinelada, até porque apanhar é apanhar, não importa a intensidade. "Aaah! mas na minha época não era assim, crianças eram criadas na base da varada e eram bem mais educadas que as de hoje", muitos irão dizer.
ok! Mas antigamente as crianças não faziam birras nos hipermercados porque não existiam hipermercados com tantos estímulos como hoje, não choravam por uma brinquedo novo pois não eram bombardeadas pela publicidade infantil como são hoje. Elas também não davam chilique para comer bolacha na hora do jantar pois os pais tinham uma alimentação mais balanceada e ensinavam isso aos filhos. Entendem? O mundo mudou, os pais mudaram e, consequentemente, os pequenos também.
Respira fundo
Respira fundo
Eu sei que você trabalha o dia todo, que chega cansada do serviço, tem TPM, marido e casa para cuidar. Que a rotina é estressante, falta dinheiro, sobra contas para pagar e ainda tem uma criança fazendo birra porque não quer tomar banho. Mas calma, o seu filho não tem culpa. Não deposite todo o estresse em quem merece apenas o seu amor. Paciência, paciência e paciência. (Viu, Nathalia?).
Não estou dizendo para deixar o pequeno fazer tudo o que quiser, impor limites e educar a sua criança é um ato de amor importantíssimo. O fato é como fazer isso: exercer a autoridade natural que você já tem sobre o seu filho, sem ser autoritária. Este é o grande desafio.
Não estou dizendo para deixar o pequeno fazer tudo o que quiser, impor limites e educar a sua criança é um ato de amor importantíssimo. O fato é como fazer isso: exercer a autoridade natural que você já tem sobre o seu filho, sem ser autoritária. Este é o grande desafio.
Eu sugiro que, assim como eu estou tentando fazer, antes de gritar ou dar uma palmada na criança, respire, conte até mil e com calma tente entender porque ele está se comportando de maneira errada. Pergunte a ela, converse, abrace. Não é fácil, é esforço contínuo e aprendizagem diária (só eu sei..rsrs).
Mas que tal começarmos sendo para os nossos filhos a pessoa que desejamos que ele seja no futuro?
Mas que tal começarmos sendo para os nossos filhos a pessoa que desejamos que ele seja no futuro?
#tamojunto nessa empreitada!
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