Imagine uma criança servindo água em um copo e, de repente, cai água sobre sua roupa. Essa é uma cena bastante comum, pois as crianças ainda estão desenvolvendo suas habilidades motoras e pode ser que durante os treinos aconteçam esses “acidentes”.
O que você faria nessa situação?
Teria uma reação exagerada, gritando, criticando, iria ignorar e sair de perto com cara de frustração? Ou, naturalmente, você perguntaria o que aconteceu e convidaria a criança a pensar em uma solução?
Como nos esforçarmos diariamente para ter uma relação positiva com as crianças é importante lembrarmos de responder ao invés de reagir.
Geralmente, quando reagimos saímos de um ponto de partida emocional muito próximo ao da criança, então, se ela está desesperada, nossa atitude vem de forma desesperada. Se ela está gritando e tendo uma crise de raiva, fazemos de tudo para acalmá-la, nem percebemos que estamos gritando e a frustração com o que aconteceu, vem acompanhada de raiva também.
Por outro lado, quando respondemos, damos às crianças a chance de tentarem, cometerem enganos e ajudamos a encontrarem novas soluções para um desafio que estão vivendo. Assim, conseguem expressar suas emoções, sentimentos e idéias, sem críticas, julgamentos, vergonha ou culpa. Então, se ela está chateada porque derrubou a água no chão, acolha essa frustração, mas depois se abra para resolverem o problema juntos.
Esse é um grande desafio para nós, pois responder pode parecer ineficiente, uma atitude passiva ou permissiva demais. Porém, a longo prazo, a conseqüência é vermos crianças cada vez mais parceiras, mais encorajadas a falar o que pensam e sentem, confiando que vamos ajudá-las a lidar com emoções agradáveis e desagradáveis. Nós, os adultos, sentimos a diminuição da carga em ter que saber todas as respostas, intervir ou resolver imediatamente por elas.
Se você é uma pessoa mais reativa pode demorar algum tempo até que a atitude de responder se torne mais natural. E tudo bem, lembre-se que você também é um aprendiz na maternidade e paternidade. Se durante o treino você reagir, se permita tentar novamente, afinal é exatamente isso que estamos ensinando para as crianças. E dizer “Espere, o que quis dizer foi…” não é um sinal de fraqueza e sim uma forma de mostrar para seus filhos que todos nós podemos fazer diferente, quando queremos e tentamos.
Às vezes, vai ser fácil responder ao invés de reagir. Outras, vai ser mais difícil, especialmente quando estiver se sentindo cansado, preocupado, estressado e etc. Se é um desses dias, lembre-se de respirar, isso vai te dar uma fração de segundos para decidir se você quer reagir ou responder.
Ana Flávia Fernandes
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