Sim, meu filho brinca com o que ele quiser!

Separar brinquedos de meninos e meninas é algo corriqueiro e antigo. Cresci ouvindo todo mundo dizer que boneca foi feita para menina e carrinho para menino. Rosa é cor de menina, azul de menino. Por muito tempo acreditei nisso, até ter um filho e perceber que criança é criança, independente do gênero. 

Brincar é algo primordial para elas, é o momento em que se desenvolvem, soltam a imaginação e aprendem sobre o mundo em que vivem. Brincar de boneca e aventurar-se em um jogo de futebol são brincadeiras diferentes mas igualmente saudáveis para os pequenos. 

Aqui em casa o Enzo é livre para isso. Brinca com o que quiser e, principalmente, do jeito que te faz feliz. De vez em quando brinca de cuidar dos seus "filhinhos" de pelúcia, todo carinhoso (um amor...rsrs), adora bonecas e cuida delas como a mamãe cuida dele. 

Em outros momentos é radical, anda por todos os lados em cima de sua bicicleta. Joga bola e brinca de carrinho. 

De acordo com a psicóloga Suélem Gon Rocha, especialista em educação permanente, coordenadora do Centro Integrado de Humanização do AME - Ambulatório médico de Especialidades de Araçatuba, é através da brincadeira que a criança começa a construir suas características e a se preparar para a vida adulta. Em alguns casos, reprimir este processo pode causar traumas. 

"Temos crianças que passaram por repressões imensas e não carregaram como trauma, mas por outro lado, outras que nem consideramos o fator traumático  e que acabam carregando isto para a vida toda", explicou. 

Para mim é inaceitável um adulto dizer "vira homem" para um menino que prefere brincar de casinha ou cogitar a possibilidade de uma menina tornar-se homossexual por gostar de brincar com carrinhos. Isso é ridículo! A maldade e o preconceito estão nos adultos e não nas crianças. 

"Infelizmente a sociedade ainda não está preparada pra pensar assim, ficamos tão presos a valores que achamos correto e deixamos de lado o mais importante: sentir-se bem", explicou Suélem. 

Mudar pensamentos retrógrados e uma sociedade culturalmente machista é muito difícil mas felizmente existe pessoas como eu e você que permitem que seus filhos sejam livres para brincar e serem apenas crianças. Uma delas é a escritora e ilustradora Nível Salgado, autora do livro Meninos Gostam de Azul, meninas gostam de rosa. Ou não?. 

A obra reforça a importância de conversar com os pequenos leitores sobre a aceitação, o respeito às diferenças, a origem e a quebra de preconceitos. Nele, meninos e meninas podem brincar com o que quiserem, bem como gostar da cor que preferirem. Eu adorei e Enzo também. Ele até decorou a história. 

Mãe da pequena Catarina, Nívea também é autora do blog Mil Dicas de Mãe. Que eu sigo e super recomendo! Você pode adquirir seu livro em livrarias como Saraiva, Cultura e Amazon. O preço pode variar entre R$21 e R$25. Vale a pena! 

Deixe as crianças serem crianças. A infância é a fase mais linda e feliz da vida. Não estrague isso por costumes e valores bobos, que em nada acrescentam. Não permita que façam isso com o seu filho (a). Lute para que ele (a) cresça feliz e se torne um adulto seguro e bacana! Isso é o que verdadeiramente importa! 

Um grande beijo,
Nathi

Especialista
psicóloga - Suélem Gon Rocha
Contato: 18 99111-0283