Quando descobri que seria mãe decidi que não daria
chupeta para o meu bebê. Não queria meu filho apegado a um negócio de borracha,
que estragaria os seus dentes e que me daria um trabalhão para tirar dele
depois (exatamente como está acontecendo agora).
Mesmo assim, no dia do meu parto, deixei que a minha
mãe levasse uma junto às coisinhas dele. “Vai que ele chora muito e a gente
precise usar né?” dizia ela. Olha! Não sei se foi um pressentimento, mas aconteceu
exatamente assim.
Como o meu leite demorou a descer e o Enzo chorava
muito de fome, praticamente implorei para que colocassem a “bendita” na boca
dele na tentativa de acalmá-lo. Foi tiro e queda. Dali em diante a “peta” virou
nossa companheira inseparável.
Primeira semana de vida
É aquela velha história: “eu era uma ótima mãe, até ter
um filho”...rsrs. Normalmente é o que acontece, na teoria é uma coisa, depois
que a criança nasce a gente muda de opinião e de atitudes. Adotamos comportamentos que jurávamos que
jamais teríamos e percebemos que na verdade eles não são tão ruins assim.
Sobre estar certa ou não em ter oferecido o bico, procurei
ajuda profissional com a fonoaudióloga, Naraiany Oliveira, que me explicou que a
maioria dos especialistas é contra e prefere generalizar, colocando a chupeta
como vilã na vida das crianças. Porém, ao contrário disso, ela acredita que a
chupeta tem uma função específica: acalmar o bebê e, consequentemente, a mãe.
“A mãe sente que através daquele pequeno objeto o filho
se organiza emocionalmente quando ela não estiver por perto, evitando assim que
o seio seja feito de chupeta, o que pra mim é muito pior. Cabe aos
profissionais orientar que tudo em excesso faz mal e sugerir o bom senso para
saber a hora certa de introduzir e retirar a chupeta da criança”. Disse.
Acho que aqui em casa chegamos a esse momento! O Enzo já
está com quase quatro anos e a situação só piora a cada dia. Não basta ter apenas
uma na boca, ele precisa esfregar outra no nariz e carregar outras nas mãos. E
quando ele as perde? O negócio é comprar mais, caso contrário vai ser um
chororô daqueles e uma noite mal dormida. Sem falar que os dentinhos estão tortos,
a mordida diferente e há alteração na fala.
Duas chupetas na boca de uma vez só!
Por todos esses motivos, decide que chegou a hora de desapegar.
Mas como fazer o Enzo deixar de lado, com tranquilidade, algo que lhe traz
conforto, calma e aconchego? Como não causar traumas diante do que para ele será
uma grande perda?
Nunca acreditei muito naqueles textos com segredos
milagrosos como “os quatro passos para o seu filho largar a chupeta”. Cada
criança é única e o método deve ser aplicado conforme as particularidades de
cada uma. Com o meu filho, por exemplo, não funcionou a técnica da troca. Entregar
a chupeta em troca de um presente não colou com ele.
Então, estou tentando tirar de forma gradativa. Hoje só
é permitido usar o bico na hora de deitar para assistir desenho ou para dormir.
Ou seja, apenas em momentos relaxantes. Para brincar e comer, nada de chupeta.
De vez em quando dou bobeira e lá está ele em lugares
secretos com todas elas na mão. Por isso passei a escondê-las durante os
momentos em que ele não pode usá-las, isso evita que ele sofra e que eu me
desgaste..rsrs!
Escondido dentro do guarda-roupa
Conversei com o pediatra dele sobre como estou agindo e
ele me explicou que estou no caminho certo. Por enquanto está funcionando e
assim que ele começar a desapegar durante o dia, tentarei tirar totalmente,
inclusive a noite.
Caso em algum momento não der certo, tentarei outros
métodos até que ele consiga deixar a chupeta de vez. Acredito que o importante é
se colocar no lugar da criança e entender o quão difícil será para ela esse
processo de mudança.
Beijos,
Nathi
Especialista
Fonoaudióloga - Naraiany Oliveira
Contato: (67) 9962-4177
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